Negão põe pra cima da juíza
A melhor defesa, como dizia Zagallo, é o ataque e em todos os flancos pra não deixar nenhuma aresta desguarnecida. Esta foi à argumentação e razão da estratégia de Amazonino para tentar reverter sua derrota no tapetão da Justiça e na arena da moralidade. A opção, armada com Daniel Nogueira, o rábula de Harvard, e o batalhão de interessados do próprio Tribunal Regional Eleitoral, ligado à presidência, obviamente, consiste em descredenciar a juíza Maria Eunice Torres do Nascimento, visando afastá-la da função de presidente do pleito. Esse é o primeiro avanço e ganho na ótica do Negão, depois que corrigiu a asneira de abrir mão de Nogueira em função da ciumeira e boiolagem de sua assessoria amadora. Negão repôs a ordem dos fatos e restabeleceu a competência do dito cujo que recomendou a estratégia do ataque. Daí a insinuação de que a meritíssima estava impedindo o direito de defesa do Negão. Tadinho! Na última quinta-feira, já se sentindo o cara, Daniel podia ser visto, câmera fotográfica na mão, batendo fotos de Arizão, o desembargador Ari Moutinho, e sua trupe do Tribunal. O sorriso mais generoso, depois do dele, era de Silvya Rebecca, pessoa da extrema confiança do presidente, acusada pela juíza Eunice de manobrar sua saída. Certezas e suspeitas Não vai ser fácil como todos os envolvidos na tragédia da cassação do Negão pensavam. Aos mais chegados, o desembargador confessa que teme a reviravolta do caso em Brasília, no Conselho Nacional de Justiça e no Supremo, justo ele cujo filho, o vereador Ari Moutinho, torce para que Carlos Souza seja confirmado na chapa de Amazonino e lhe deixe a vaga na Câmara Federal. Em Manaus, tudo parece que já está ajeitado para o Negão ser diplomado e assumir no próximo dia primeiro de janeiro. É que a juíza Eunice já antecipou a própria boca no trombone e disse que a tal Rebecca está tramando sua degola e ajeitando as coisas para o Negão. Degola oportuna Houve até confecção do documento, determinada pelo presidente do TRE, Ari Moutinho, a pedido do advogado de Amazonino, de acordo com a juíza, em que desaparece do cartório eleitoral a existência de processo de cassação de Amazonino. A magistrada foi categórica em dizer que Sylvia Rebecca entrou em seu gabinete e manuseou documentos em sua ausência. "A finalidade é me afastar do pleito. Isso eu já sei. Mas não tem problema. Pode afastar. Mas não precisa usar de argumentos outros para atingir a minha imagem". O fato é que já tem até um novo dirigente do pleito para substituir Eunice, que precisará nesta semana acompanhar o marido numa viagem de tratamento de saúde em São Paulo. O desembargador Ari Moutinho já teria escolhido o substituto - permanente - dela para conduzir o desenrolar da questão. O drama de Ari Com uma atuação destacada e até aqui irrepreensível no pleito deste ano, o desembargador Ari Moutinho virou a pedra angular dessa trama de imoralidade e desordem institucional que a cassação do Negão representa. É importante lembrar que a movimentação no posto de gasolina onde foi flagrada a distribuição ilegal de tíquetes-combustível que a lei proíbe frontalmente na cena da disputa eleitoral, foi denunciada pelo desembargador da janela de sua casa na véspera do pleito. De bate-pronto, provavelmente sem saber de quem se tratava, ele acionou a Polícia Federal e o crime foi abortado na hora de sua materialização. Flagrante! Ari, pois, é peça chave e decisiva do processo de um crime que ele investiga na condição de presidente da Corte eleitoral, uma imoralidade que ele denunciou com os próprios sentidos. O fato de seu filho ser beneficiário da assunção de Amazonino ao cargo não poderá ameaçar muito menos comprometer a postura ilibada mantida em 2008, que colocou o Amazonas no topo do processo de saneamento moral e eleitoral do país e Ari nas graças do povo. |
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